Por Friends of Angola
Data: 25 de Maio de 2025
Angola enfrenta uma das mais severas crises de saúde pública dos últimos anos. Desde o início de 2025, o país tem sido assolado por um surto de cólera que, até o dia 23 de maio, já causou 660 mortes e contabilizou quase 22 mil casos confirmados, segundo dados divulgados pela imprensa nacional.
O primeiro diagnóstico da doença foi registado em 7 de janeiro de 2025, e desde então, a epidemia vem se espalhando por várias províncias, agravando ainda mais a já frágil situação sanitária em muitas comunidades.
📊 Situação Atual
– Casos acumulados: ~22.000
– Óbitos: 660
– Internamentos: Mais de 500 pessoas continuam hospitalizadas
– Novos casos em 23 de maio: 223 notificações em um único dia
Províncias Mais Afetadas
– Namibe: 74 novos casos
– Cuanza Sul: 55
– Luanda: 25
– Huíla e Benguela: 15 cada
– Outras províncias com registos: Cuanza Norte, Malanje, Lunda Norte, Icolo e Bengo, Cabinda, Bengo e Zaire
Subnotificação e Falta de Recursos
Autoridades de saúde alertam que o número real de infetados pode ser significativamente superior aos dados oficiais. Estudos indicam que para cada caso confirmado laboratorialmente, podem existir até quatro casos não diagnosticados, devido à falta de capacidade para testagem e à presença de portadores assintomáticos que continuam a propagar o vírus sem saber.
A escassez de recursos, a insuficiência de infraestruturas sanitárias e a ausência de saneamento básico em várias comunidades agravam ainda mais o cenário.
Medidas de Prevenção e Resposta
– Higiene pessoal: Incentivo à lavagem frequente das mãos com sabão e uso de água potável
– Vacinação: Campanhas de imunização direcionadas às zonas mais vulneráveis
– Distribuição de kits de desinfeção e educação comunitária sobre os sintomas da cólera e como agir em caso de contaminação
O surto de cólera representa um sério desafio para a saúde pública em Angola, exigindo resposta coordenada entre governo, sociedade civil e parceiros internacionais. A Friends of Angola apela à ação urgente para conter a propagação, salvar vidas e reforçar os sistemas de saúde, saneamento e vigilância epidemiológica em todo o território nacional.
Fontes: Novo Jornal, RTP África