Angola em Alerta: Surto de Cólera Já Provocou 723 Mortes e Mais de 24.800 Casos Confirmados

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Luanda, 8 de junho de 2025
Por: Friends of Angola

O surto de cólera que afeta Angola desde janeiro de 2025 continua a representar uma séria ameaça à saúde pública, apesar de sinais recentes de desaceleração. Até o dia 5 de junho, o país registava um total acumulado de 24.810 casos confirmados e 723 mortes associadas à doença, segundo dados divulgados por fontes oficiais e por organizações internacionais como a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Novo Jornal.

Tendência de Queda nos Casos

Embora os números globais continuem alarmantes, os dados mais recentes apontam para uma possível retração da epidemia. Nos primeiros dias de junho, foram reportados:

  • 4 de junho: 133 novos casos e 2 óbitos (Cuanza Sul e Namibe)
  • 5 de junho: 141 novos casos e 3 óbitos (Cuanza Norte, Namibe e Huíla)

A redução progressiva de novas infeções é interpretada pelas autoridades sanitárias como um sinal positivo, ainda que frágil, da eficácia das medidas de contenção em curso.

Redução Geográfica do Surto

Outro indicador encorajador é a diminuição do número de províncias com surtos ativos. Se anteriormente 18 provínciasregistavam novos casos, agora esse número foi reduzido para seis a oito províncias, demonstrando um avanço significativo no controlo da propagação.

Em 4 de junho, foram registados casos nas seguintes províncias:

  • Cuanza Sul (52)
  • Namibe (47)
  • Huíla (17)
  • Luanda (6)
  • Lunda Norte (4)
  • Benguela (3)
  • Icolo e Bengo (3)
  • Bengo (1)

No dia 5 de junho, o número caiu para apenas seis províncias com novos casos, evidenciando uma clara retração da epidemia.

Angola Entre os Países Mais Atingidos em África

Angola permanece entre os quatro países africanos mais severamente impactados pelo atual surto de cólera, ao lado da República Democrática do CongoSudão e Sudão do Sul. Estes países concentram juntos 83% dos casos e 92% das mortes por cólera no continente, segundo a OMS.

Análise da Situação Atual

Os dados sugerem uma possível desaceleração do surto, sustentada por:

  • Redução consistente do número de novos casos e óbitos;
  • Diminuição da extensão geográfica da epidemia;
  • Reforço da resposta institucional nos níveis provincial e nacional.

No entanto, a gravidade persiste: mais de 24.800 infeções e 723 mortes refletem a dimensão do desafio e exigem vigilância epidemiológica contínua e uma resposta multissetorial robusta.

Caminhos para Consolidar o Progresso

Para garantir que os avanços observados não sejam revertidos, especialistas em saúde pública e organizações internacionais recomendam:

  1. Reforço da vigilância epidemiológica, com foco nas províncias ainda afetadas;
  2. Continuidade e expansão das ações WASH, incluindo acesso a água potável, saneamento básico e promoção da higiene comunitária;
  3. Ampliação das campanhas de vacinação oral nas comunidades em maior risco;
  4. Fortalecimento da capacidade dos centros de saúde, com fornecimento de equipamentos, medicamentos e formação técnica;
  5. Melhoria na recolha e análise de dados epidemiológicos, com sistemas capazes de detetar e responder rapidamente a novos focos.

O surto de cólera em Angola continua a exigir atenção e ação urgente. Embora os dados mais recentes ofereçam esperança de estabilização, qualquer relaxamento prematuro pode resultar em novos focos de infeção. Consolidar os avanços e manter o empenho coletivo são passos essenciais para vencer esta crise sanitária e evitar futuras epidemias.

Para mais informações e atualizações, recomenda-se acompanhar os comunicados do Ministério da Saúde de Angola e das organizações parceiras envolvidas no combate ao surto.

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