Angola Regista Estabilização no Surto de Cólera: 25.443 Casos e 733 Mortes até 12 de Junho de 2025

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Imagem: Facebook

Luanda, 12 de Junho de 2025

Por: Friends of Angola

O surto de cólera que tem afetado Angola desde o início de 2025 parece estar a entrar numa fase de estabilização, segundo dados atualizados até o dia 12 de junho de 2025. Apesar da persistência de novos casos e óbitos diários, as autoridades de saúde apontam para uma tendência de contenção, com os números de novas infeções a manterem-se abaixo dos 150 casos diários.

Segundo os dados oficiais, Angola registava até essa data um total acumulado de 25.443 casos confirmados de cólera e 733 mortes. A epidemia, que se alastrou por 18 províncias, agora concentra-se em cerca de 6 a 8 províncias, sinalizando avanços significativos nas ações de resposta e mitigação.

Evolução Recente dos Casos

Segundo o Novo Jornal, segunda-feira, 09 de junho, foram notificados 148 novos casos, com destaque para as províncias do Cuanza Sul (41 casos), Cabinda (36), Huíla (28), Luanda (16), Namibe (12), Lunda Norte (6), Bengo (3), Zaire e Benguela (2+2), Cuanza Norte e Icolo e Bengo (1+1). A estabilização dos casos abaixo da marca de 150 infeções diárias tem sido observada de forma consistente, embora ainda ocorra a notificação de mortes diariamente.

Províncias Mais Afetadas

A epidemia continua ativa em províncias como:

  • Luanda, com o maior número de casos e mortes (6.852 casos e 219 óbitos);
  • Cuanza SulHuílaNamibeCabindaLunda NorteBengoZaire e Benguela.

A redução geográfica da propagação é um indicador positivo e demonstra o impacto das medidas de resposta adotadas pelas autoridades angolanas com apoio de parceiros nacionais e internacionais.

Angola no Contexto Africano

Angola mantém-se entre os quatro países africanos mais severamente afetados pelo surto de cólera, juntamente com a República Democrática do Congo, o Sudão e o Sudão do Sul. Estes quatro países são responsáveis por 83% dos casos92% das mortes por cólera em todo o continente africano, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Análise da Situação

A atual fase do surto sugere uma contenção gradual da epidemia. Entre os principais sinais positivos destacam-se:

  • redução do número de novas infeções diárias;
  • diminuição do número de províncias com surtos ativos;
  • maior capacidade de resposta das autoridades de saúde.

No entanto, a persistência de mortes diárias e os desafios estruturais em matéria de acesso à água potável e saneamento exigem atenção contínua e ações sustentadas.

Recomendações e Próximos Passos

Para consolidar os avanços obtidos e evitar uma nova escalada da epidemia, especialistas em saúde pública apontam cinco medidas prioritárias:

  1. Reforçar a vigilância epidemiológica, com foco nas províncias ainda afetadas;
  2. Expandir e manter intervenções WASH, com melhoria do acesso à água potável, saneamento e higiene;
  3. Intensificar as campanhas de vacinação oral, especialmente nas comunidades mais vulneráveis;
  4. Fortalecer os centros de saúde, assegurando recursos técnicos e humanos adequados;
  5. Melhorar os sistemas de monitorização e resposta rápida, com recolha e análise de dados em tempo real.

Embora o surto de cólera em Angola mostre sinais claros de contenção, com estabilização nos números de infeções e mortes, o país ainda enfrenta um desafio sanitário significativo. A consolidação dos progressos dependerá do compromisso contínuo das autoridades, da colaboração internacional eficaz e da mobilização comunitária ativa.

Manter o foco na prevenção, no tratamento e na transparência informativa será fundamental para assegurar que o surto seja superado de forma definitiva — e que Angola esteja melhor preparada para futuras crises sanitárias.

 

 

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