A liberdade é um dos valores que as populações a nível do mundo almejam. Mas nem todos ainda usufruem. Na tentativa de analisar e descrever a realidade dos activistas que eventualmente estejam a enfrentar perseguições, ameaças, mortes, julgamentos injustos e inviabilizados à ascenderem de posição social, contactamos alguns para facilitar a avaliação da situação dos activistas que têm lutado em prol da defesa dos Direitos Humanos. Dos vários contactos feitos via telefónica, ao apresentarmos os objectivos do presente relatório notava-se reações variadas, alguns activistas andam calejados, tendo em conta as calúnias que são levantadas contra eles. E, outros preferiam que a/as entrevistas fossem realizadas de forma presencial, com receio de serem auscultados via telefone. A pesar da serenidade de uns e a perca de fó- lego dos outros havia algo em comum: todos sentiam a necessidade de ver o actual quadro mudado, sentia-se pela voz a vontade de assistirem o funeral da impunidade, corrupção e nepotismo e ver o renascer da igualdade.
É de lembrar que o país acaba de sair de mais uma das eleições, onde não se viu alternância partidária mas o presidente que governou a nação por trinta e oito anos foi ser substituído como pre- sidente da república. Desde o empossamento do actual presidente até ao momento, parece estar a se viver uma esperança que advem dos discur- sos do combate a corrupção, da impunidade, das exonerações de algumas figuras mais viciadas da governação anterior (apesar de todos eles perten- cerem a mesma equipa), o actual presidente pa- rece estar interessado na conquista dos corações de um povo que “nunca” conheceu a liberdade e outra forma de governação. Mas ainda não existe nenhum sabor na prática dos discursos esperan- çosos: há quem diga, são ventos temporários que serão afogados pelo poder da corrupção do seu partido. Nesta senda, ao olhar-se o ano 2017, observa-se grande parte da matriz da governação do presidente cessante.