Uma sondagem feita pela organização da sociedade civil Friends of Angola (FoA), sedeada nos Estados Unidos da América, aponta que, caso as eleições previstas para este ano sejam justas, a coligação eleitoral CASA vence o pleito.
A sondagem durou um mês – de Dezembro de 2016 a Janeiro do ano em curso -, e atribui 40,4 por cento dos votos à coligação chefiada por Abel Chivukuvuku, organização política criada quatro meses antes das eleições de 2012 e que, ainda assim, conquistou oito lugares na Assembleia Nacional.
No total foram sete os partidos que participaram da sondagem, nomeadamente, Bloco Democrático (BD), CASA-CE, FNLA, MPLA, PDP-ANA, PRS e UNITA.
Em segundo lugar, com 37,4 por cento dos votos, surge a UNITA, maior partido na oposição no país, que tem como presidente Isaías Samakuva.
O MPLA ficou em terceiro lugar, tendo 19,1 por cento dos votos. Extremamente impopular, José Eduardo dos Santos, que fará 38 anos como presidente da República em Setembro deste ano, não reúne tanta simpatia pelos votantes, demostrando assim um sentimento generalizado de mudança de governação em Angola. Alegadamente João Lourenço será o cabeça de lista do MPLA às eleições deste ano, mas nem essa suposta alteração impressiona os eleitores.
Sem assento parlamentar, pois nem participou nas eleições passadas, o Bloco Democrático, com 1,6 por cento, ocupa a quarta posição na sondagem. Anteriormente denominado Frente pela Democracia, o BD tem como presidente o académico Justino Pinto de Andrade, contando ainda com personalidades como o cientista político Bonavena, o secretário-geral Baruba, o advogado Luís Nascimento, etc.
A FNLA e o PRS vêm a seguir, ambos com 0,6 por cento dos votos. Essa coincidência talvez tenha como explicação o facto dos dois partidos viverem uma crise de liderança. Enquanto Lucas Ngonda é tido como presidente oficial do partido pelo Tribunal Constitucional e ocupa um lugar na Assembleia Nacional, outros militantes apontam Ngola Kabangu e outras individualidades como dignos sucessores de Holden Roberto. No PRS reina um clima de crispação porque o presidente, Eduardo Kwangana, alega falta de dinheiro para não convocar o congresso que deverá eleger o seu substituto.
O PDP-ANA, também sem assento parlamentar, foi o partido menos votado. O partido fundado por Mfulumpinga Landu Victor, assassinado em 2004, obteve 0,2 por cento. Sediangani Mbimbi, sucessor do líder-fundador, foi afastado num congresso controverso em 2015, pelo que o partido tem como presidente actual Simão Makazu.
A FoA vai realizar várias sondagens ao longo do ano, até à data das eleições. A próxima, segundo o seu director executivo Florindo Chivucute, terá início no mês de Abril.