Friends of Angola

Fernando António Tomás, também conhecido no seio dos activistas por “Nicolas Radical”, começa nesta entrevista à Rádio Angola, por considerar que o rumo que Angola está a seguir, na sua visão, não é o mais recomendável. Para o activista arrolado no conhecido processo “15+Duas”, em liberdade condicional sob termo de identidades e residência, “os angolanos estão num rumo em que a riqueza e demais privilégios do país estão restringidos apenas à um grupo de pessoas”.
“O país está açambarcado pelos dirigentes que delapidam o dinheiro do erário público, fruto disso”, segundo ele” “é só irmos às ruas para vermos as desigualdades sociais muito acentuadas onde uma minoria tem tudo porque podem ter tudo, e uma esmagadora maioria que quase não tem nada, daí que, insisto dizendo que há um açambarcamento de um grupinho de indivíduos que fazem de Angola uma quinta ou sua larva”, pensa António Tomás “O Radical”, para quem “essas pessoas que estão a governar, são os responsáveis de tudo isso”. “Existe um grupo que está açambarcar o país, e este grupo é liderado pelo presidente José Eduardo dos Santos”, afirmou o jovem actvista.

À Rádio Angola, Fernando António Tomás, disse que ser activsita num país como Angola é na sua opinião, um “suicídio”. “Como pode perceber, enquanto os direitos e garantias fundamentais plasmados na Constituição não forem respeitados, quem está a governar vê para quem está a reivindicar como sendo um inimigo”. “Essas pessoas que nos vêem como inimigos, nos têm como alvos à abater”, sublinha o jovem “revú”.

Nesta entrevista exclusiva “Nicolas Radical” entende que “é preciso ter muita coragem ser activista em Angola”, pois, para ele “são muitas as dificuldades que são impostas por quem detém o poder a quem pensa diferente, desde a falta de oportunidades de emprego, o não acesso à créditos bancários e muito mais”

O mecânico de profissão descreve que, ao ser arrolado neste processo e com a sua liberdade, embora provisória, sente quase todos os dias as consequências da detenção, julgamento e condenação “injusta” por parte das autoridades angolanas. Fernando António Tomás diz que “tem sido uma luta enorme para sustentar a família com o seu trabalho particular.

O activista avança que muitas pessoas ainda o olham com “indiferenças”. “Há mesmo clientes que sentem receio de solicitar os meus serviços, já que sou mecânico, com o medo de serem conotados”, apontou o activista natural da província do Moxico, que na conversa mantida à Rádio Angola, abordou igualmente os meandros das sessões de julgamento e de algumas “peripécias” vivenciadas nas cadeias por onde passou durante o período da prisão preventiva e a pois a sua condenação.

Acompanhe a seguir a entrevista completa que o activista Fernando António Tomás “Nicolas Radical” concedeu à Rádio Angola: http://www.blogtalkradio.com/radioangola/2016/10/15/nicolas-radical-diz-que-os-revs-so-considerados-inimigos-pelo-governo

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