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Depois de volvidos mais de uma semana de visita à Província de Benguela, o Secretário-geral da JURA convocou uma conferência de imprensa na Sexta-feira da semana finda, (21-10-2016), para falar de tudo quanto constatou no terreno durante a sua estadia na terra das acácias rubras.

Segundo Alicerces Paulo Bartolomeu “Mango”, convocamos a presente conferência de imprensa para balancearmos de formas sintética a nossa jornada de trabalho nos Municípios da Província de Benguela, bem como apresentar o nosso ponto de vista sobre os assuntos que fizeram ecos nestes dias que mantivemos aqui na Província de Benguela.

A nossa visita à Província de Benguela começou dia treze do corrente mês, para o cumprimento integral das linhas que traçamos mantivemos contactos com instituições do Estado, com o povo, com os militantes, amigos, simpatizantes do Partido em todas as áreas por onde nós passamos, é de salientar que quase todos os Municípios onde nós trabalhamos fomos recebidos pelas Administrações, fomos visitar algumas áreas do estado, mas que tem a ver com questões sociais, neste caso o Hospital Municipal do Chongoroi, mas temos também a realçar aqui alguns pontos que nós notamos no mesmo hospital que, primeiro fisicamente a estrutura não apresenta condições e se o hospital do Município encontra-se nas condições que encontramos então nós temos a lamentar, independentemente da estrutura física, mas também notamos uma ausência que nos disseram que não havia pacientes, mas que descobrimos que os pacientes tinham sido guardados.

Por outro lado temos a notar a falta de medicamentos, encontramos uma bebe que estava com pneumonia mas depois tentaram fazer o raio X a máquina está avariada enviaram o caso para o Hospital Geral de Benguela, infelizmente também o hospital dizia que não tinha os reagentes para fazer o radio X e pensamos que aquela criança está a Deus dará e é uma das coisas que nós temos de denunciar.
Em todos os Municípios onde nós passamos tivemos uma boa recepção, mas temos de salientar também dois aspectos negativos, primeiro no Município do Cubal, onde o segundo Comandante teve uma postura fanática, ao intercetar uma das nossas viaturas, ao querer limitar o número de viaturas que tinham de ir para Administração, o que nós chamamos que, num País verdadeiramente democrático, conforme o senhor presidente disse a vez passada, ele diz uma coisa mas no terreno nós constatamos outras situações não favoráveis a nossa jovem democracia.

O Segundo comandante, como dizia, primeiro não teve ética nem maneiras de se dirigir aos nossos quadros, se ele é um ser humano nós também somos humanos, então, devemos respeito, também tivemos um caso no Chongoroi, na localidade onde nós trabalhamos, em que há um Polícia que está a fazer o trabalho de 1º Secretário do MPLA e nós chamamos atenção a essas questões todas porque não fazem bem para uma boa convivência que se quer e se precisa para o nosso País, nós vamos fazer um relatório e vamos apresentar ao Comando Provincial para que tais factos sejam corrigidos, segundo a Constituição, a Polícia e as Forças Armadas, a princípio quando estão com as suas fardas são apartidários, e a Polícia tem de ser republicana e não partidarizada.

Temos uma nota particular ao Administrador Municipal do Lobito, que nos recebeu muito bem e pensamos que o espírito do Lobito devia prevalecer a todos Municípios, não só aqui em Benguela mas também em todas as província do País, só assim é que nós vamos poder fazer a separação do poder, se dum lado é 1º Secretário no seu Comité, do outro lado é Administrador, é governador de uma determinada localidade onde todo povo tem que se sentir reconfortado com a presença de um dirigente ou governante.

Então, caros companheiros temos de dar uma nota negativa aos pronunciamentos do Presidente da República, porque aquilo que nós esperávamos não é aquilo que ele manifestou, alhas, o Presidente da UNITA, Doutor Isaías Samakuva já conseguiu de uma maneira clara, de uma maneira mais justa e conhecedor da matéria angolana, já conseguiu responder o Presidente da República, todos nós temos a responsabilidade pela Paz, pelo desenvolvimento económico-social do nosso País, queremos agradecer a prontidão do Comando Provincial de Benguela, que soube garantir a estabilidade, soube garantir a nossa segurança em todas localidades por onde passamos, tirando estes dois casos que mencionamos e que nós achamos que mancha a que Benguela criou de Kapupa devia ser ultrapassada rapidamente.
Para termina, queria dar uma nota rápida aos acontecimentos do festival organizado pela LS Produções, onde ouve Oito mortos e que os dados que nós tivemos no Governo Provincial, na Juventude e desporto, mesmo na conversa que tivemos com 2º Comandante dão sinal de que foi um exagero de consumo de álcool e que também vendeu-se muito álcool ao redor do local onde ocorria o festival. Por outra, temos que responsabilizar os organizadores deste evento porque tem de ser assim, também temos de responsabilizar o gestor local, porque a informação que nos foi dada no Governo Provincial é que o local tinha várias entradas, e várias saídas e só se utilizou uma única saída, o que criou, pensamos nós muita precipitação, agitação no momento de se sair do local que causou as mortes que já foram referenciadas.

Também temos de salientar que a informação que nós temos é que ouve também várias meninas que foram abusadas sexualmente naquele dia, isso ainda não consta no relatório da Polícia, mas esperamos que desta vez, ao contrário do relatório que a Polícia fez sobre Kapupa, desta vez que haja um relatório credível em que, não só se acautele os próximos eventos que possam acontecer em Benguela, mas também que a população comesse a ganhar confiança naquilo que é o relatório que a polícia for apresentar.

Caros jornalistas, muito obrigado pela atenção que me foi dispensada.

Tópicos:
Notamos ausência dos pacientes, mas descobrimos que os mesmos tinham sido guardados aquando da nossa visita – afirma Aly Mango.
O segundo Comandante da Polícia Nacional no Município do Cubal teve uma postura fanática, ao intercetar uma das nossas viaturas, ao querer limitar o número de viaturas que tinham de ir para Administração – afirma Aly Mango
Na localidade onde nós trabalhamos no Município do Chongoroi, encontramos um agente da Polícia que estava a fazer o trabalho de 1º Secretário do MPLA.

Acompanhe a seguir a entrevista completa concedida à Rádio Angola: http://www.blogtalkradio.com/radioangola/2016/10/26/benguela-conferncia-de-imprensa-do-secretrio–geral-da-jura-aly-mango

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