Rádio Angola (RA): Começando pela Sonangol, normalmente nestas consultorias não há concursos públicos, há contratação directa, foi, tanto quanto se sabe foram contratados um escritor advogado Português, especialista em petróleos, foi contratada a “Boston consultin in group”, uma empresa de consultoria de gestão estratégica muito conhecida no mundo, depois terá sido contratada uma empresa de consultoria angolana que no fundo pertencerá a Engenheira Isabel dos Santos, não houve, não terá havido nenhum concurso público, mas sim uma contratação direta e esse é um dos problemas que eu coloco; Porque a empresa da Engenheira Isabel dos Santos, porque na outra qual é a experiência da Isabel dos Santos na matéria de petróleo, para ser contratada para dar consultoria receptação da Sonangol, não sei, não conheço, mas são muitas interrogações que pairam no ar, mas tenho uma certeza, do ponto de vista internacional isso não é bem aceite, acho que não me sinto confortável quando vou ao extrangeiro e me pergunto então a filha do presidente é que esta a ser consultora, em fim, acho que não é uma coisa que fique bem e que seja boa para a reputação internacional do País, não está em causa a pessoa no seu todo, mas está em causa a forma como isto é feito e neste caso eu próprio questiono os méritos da empresa de consultoria e que nunguém sabe qual é da Engenheira Isabel dos Santos e porque ter sido convidada para esta restruturação
Relativamente a restruturação da sonagol, não hádúvida nenhuma, aquilo que está não se conhece muitos promenores, mas básicamente o que acontecia era que no sector dos petróleos a Sonangol era tudo, era aquilo que nós custumamos dizer, árbitro e jugador, o que vai acontecer é que vão, como se defendia e já existe estas decisões não são muito direfentes das que foram propostas também por uma empresa de consultoria em 2004, e toda gente sabia, o quê que era preciso fazer, era preciso separar actividade da Sonangol de concepcionária da de operadora, justamente para não ter esse problema de ser simultâniamente árbitro e jogador.
Depois havia outra questão com a Sonangol que era a seguinte, a sonangol funcionou muito tempo como fundo soberano, isto é muitos dos investimentos do Estado angolano eram feitos através da Sonangol, hora, a Sonagol é uma empresa de petróleo, no entanto não há razão nenhuma de a mesma ter bancos, outras, em fim quase o que custumo a dizer nas minhas brincadeiras de que na Sonangol só faltava ter salões de beleza, quanto ao resto tinha tudo, não faz sentido uma empresa de petróleo ter salões de belezas, tenha bancos, tenha outras coisas, assim, esta restruturação vai para este sentido, não é muito diferente daquilo que tem vindo a ser proposto a muito tempo.
Como é que isto vai ser aplicado, de concreto e na prática nós temos que esperar porque há muitas restruturações que o resultado final, a proposta final é aquilo que estava a espera, nem niguém esperava outra coisa muito diferente, agora tudo vai depender da forma como isto for implementado no futuro, por exemplo, relativamente as paticipações da Sonangol, fora do sector dos petróleos, quem é que vai gerir estas participações, se calhar já existem outas informações, eu não conheço, não sei como é que vai ser, mas que a restruturação era necessária, aquilo que eu conheço da restruturação vai no sentido do que era esperado, o problema em Angola não é planos, não é teorias, o problema em Angola é a prática, como é as coisas são depois feitas na prática, esta éa grande preocupação e que temos de esperar.
Quanto a questão do “Reiking” da Angola, é uma coisa muito simples, não tem segredo absolutamente nenhum, as empresas de “Reitkeng” que fazem é dar uma opinião sobre a capacidade dos Países pagarem as suas dívidas, num País como Angola, em que na última década 75% das receitas do Estado eram petróleo se o produto que alimenta as receitas do Estado diminui, significa dizer que a capacidade de Angola pagar as suas dívidas também diminuiu, daí a redução do “Retking”, não tem segredo nenhum, Angola depende do Petróleo, o Estado, Angola, o País, a economia angolana vive do petróleo, se o petróleo desce obviamente que a capacidade do País pagar as suas dívidas é menor, por tanto a revisão em baixa da classificação do registo de crédito tem haver com isso.
Angola vive basicamente do petróleo e quando desce a capacidade de Angola de poder pagar as suas dívidas diminui.
As consequências é o aumento dos juros, por seguinte, as pessoas as veses acham que quanto mais pobre uma pessoa menos os juros são cobrados, mas na economia é exatamente ao contrário, quanto mais pobre for uma pessoa, quanto menor for a capacidade de pagamento de uma pessoa maiores os juros são cobrados nessas pessoas por causa dos riscos, são essas as consequências, é que quem for comprar a dívida angolana vai ficar mais de pé atrás e vai exigir juros mais altos para eventualmente comprar dívida angolana, isto não é um problema da gora, a dívida Pública angolana, internacionalmente é classificada como lixo, isto é, as pessoas, os financiadores estão avisados, a “Asabudes e a Fithen” dizem que a dívida angolana é lixo, quer dizer que quem compra a dívida angolana tem que estar, não aconselham um investimento na dívida angolana, esse conselho agora é pior com a descida do petróleo, no limite é que os juros exigidos à angola são tão altos que Angola não tem capacidade de emitir dívida pública, o que é grave para os próximos anos, com a descida do petróleo Angola provavelmente vai ter défices, vai ter que financiar essas décadas, alhas nós já vemos internamente.
Os juros da dívida angolana não há muito tempo, aí a um ano e pouco, estavamos nos 4%, agora o Estado para se financiar já esta a pagar 18% em Kwanza, essa é a consequência da menor capacidade de Angola pagar as suas dívidas.
Entrevista conduzida por Eduardo Ngumbe
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