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O activista Francisco Mapanda, também conhecido por Dago Nível, foi posto em liberdade na tarde de segunda-feira, 21 de Novembros, depois de cumprir a pena de oito meses, por crime de injúria ao tribunal. O jovem manifesta-se “indignado” com o sistema de justiça que se faz no país, que segundo diz “anda à reboque do regime ditatorial”.
Em declarações à Rádio Angola, Dago Nível “Intelecto” como é mais conhecido, disse que o “regime do MPLA prendeu apenas o corpo e não a consciência, por isso, eu mantenho a mesma convicção e firme determinação de lutar pela liberdade dos angolanos”, afirmou.

Para o activista que foi condenado sumariamente por ter gritado durante a sentença do julgamento dos 17 activistas condenados por crime de actos preparatórios de rebelião e associação de malfeitores que era uma “palhaçada”, o que mais lhe preocupa ao olhar para o país, “é a falta de liberdade dos angolanos” e disse sentir-se “triste por ter sido inocentemente condenado por exercer a cidadania”.

Francisco Mapanda afirmou que não se sente arrependido por “sofrer uma cadeia injusta” por ter dito em tribunal que julgamento dos “15+2” era uma “palhaçada”. “Se fosse hoje voltaria a gritar alto e bom som. E até acrescentaria outras coisas. Porque aquilo não era motivo para eu ser preso, foi um momento de liberdade de expressão”, sustentou à Rádio Angola o activista, 26 anos, horas depois de sair da Penitenciária de Kaquila, em Luanda, com a soltura por cumprimento total da pena de prisão e sem ter beneficiado de liberdade condicional.

O jovem activista foi condenado em processo sumário a 28 de Março último, minutos depois de conhecida a sentença aplicada então aos 17 activistas, por ter gritado na sala de audiências que aquele julgamento era uma “palhaçada” e que os “palhaços estão bem identificados”, criticando a forma como nomeadamente o juiz da causa, Januário Domingos, conduziu o processo, conforme a Rádio Angola constatou na altura.

Garante que vai participar na manifestação pacífica sábado, 26 de Novembro, no Largo da Independência, em protesto “contra” a nomeação da empresaria Isabel dos Santos, mulher mais rica de África, indigitada pelo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, por sinal seu pai, uma acção que segundo os promotores da manifestação, viola a Lei da Probidade Pública.

Acompanhe aqui a entrevista concedida pelo activista Francisco Mapanda, conhecido igualmente por Dago Nível “Intelecto” à Rádio Angola: http://www.blogtalkradio.com/radioangola/2016/11/28/prenderam-apenas-o-corpo-e-no-a-conscincia-afirma-o-activista-dago-nvel

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