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RA – Bom dia, boa tarde, boa noite, onde quer que esteja, já está em sintunia de mais uma emissão da Rádio Angola a partir de Woshington DC, eu sou o Florindo Chivucute, apresentador deste programa e para hoje teremos como convidado o Secretário Provincial da UNITA no Kuando Kubango, Adriano Sapiñala.

Adriano Sapiñala, obrigado por ter aceite o nosso convite à RA.

AS – nós é quem agradecemos por este convite, estamos aqui para outras ocasiões.

RA – Com certeza, nós apenas queríamos informar os nossos ouvintes, nós tomamos conhecimento de que, no dia 23 de Abril de 2016, a Sua caravana foi atacada no Município do Dirico, na Comuna do Lukussi, nos pode contar de facto o quê que aconteceu, Senhor Secretário?

AS – Exatamente, se calhar antes de falarmos do dia 23, importa já referir aqui que nós estamos numa digressão que tem como objectivo constatar as nossas estruturas, uma vez que estamos aqui acerca de um Mês e duas Semanas, então queremos saber como é que nós estamos, tanto nos Municípios como em algumas comunas que nós escolhemos e essa digressão é que está a levar-nos nesses pontos todos.

Tudo começou no dia 14 de Abril, quando partíamos do Menongue e na nossa viatura foi colocado um colhões com duas armas AK, embrulhadas numa das nossas Bandeiras, tudo começou ali e já era um indicador claro de que havia maus intencionados por detráz da nossa caravana mas, isso depois conseguimos ultrapassar junto as autoridades Provinciais tudo num ambiente harmonioso, mas quando chegamos, dai saímos para o Kuito Cuanavar, saíndo para Mavinga, depois fomos para o Rivungo, quando Chegamos no Rivungo, é onde sofremos a primeira tentativa da invasão do nosso acto Político por elementos afectos a Casa Militar do Presidente da República. E aqui é preciso abrir um parênteses, de que nós sabemos que a Casa Militar do Presidente da República vela pelo asseguramento do Presidente da República, não entendemos como a Casa Militar tem que ser envolvida em teatros que têm como fundo a sabotagem de atividades Políticas da UNITA, de um lado, do outro lado, a vertente de que elementos da Casa Militar só existem em Luanda e no Kuando Kubango, porque será que, se escolheu o Kuando Kubango para instalar também efectivos da Casa Militar, fica uma interrogação para nós.

Mas como diziamos, foi exatamente no Município do Rivungo onde assistimos a primeira tentativa, sobre invasão do nosso acto de massa, infelizmente foi repelida pela Polícia Nacional, estamos à falar da Polícia de Ordem Pública e a Policia fronteiriça, mas de referir também que esta atividade dos elementos da Casa Militar do Presidente da República foi orquestrada e comandada pelo Administrador Municipal do Rivungo, o Senhor Júlio Vidigal, e aqui fica mais um parênteses, como é que os elementos da Casa Militar têm que dever obediência à um Administrador Municipal, se a SM a orgânica pertence a Estrutura principal ou central que esta em Luanda?
É preciso esclarecer bem esta situação de um lado, do outro lado, como dizíamos, foi o Administrador Municipal que comandou todas operações que envolveram a CM na tentativa de invasão do nosso acto de massas. Mas, como dissemos, foi a Polícia que esteve ali prontamente e conseguiram repelir aquela primeira tentativa.

Entretanto, em continuidade com a nossa calendarização, dali rumamos para a Jamba, a Jamba como sabem, foi a Capital Provisória da UNITA durante muitos anos, foram mais de 16 anos como Capital provisória da UNITA e nós tivemos também que passar pela Jamba para vermos como é que estamos, já que hoje trasformou-se em uma Comuna queríamos ver como é que estamos em termos de estruturas Partidárias e tudo. Chegados na Jamba, felizmente encontramos uma Polícia eficiente e um Comandante Competente que também frustrou os intentos da CM que nos perseguiram do Rivungo para Jamba e daí seguido a nossa viagem, e se estamos a falar Rivungo no dia 19 de Abril, a Jamba no dia 21 de Abril e daí rumamos então para a Comuna do Mucusso, onde no dia 23 de Abril, então consumou-se o acto de invasão por elementos da Casa Militar à nossa atividade Política e dali ouve inclusive o uso de armas de fogo, e é isso que mais nos preocupou, porque entendemos que se de um lado vieram primeiro com pedras e foram atirando pedras, mas quando se chegu ao ponto de se usar armas de fogo, ali nós entendemos que havia uma intenção clara e sobretudo violenta de criar danos na nossa caravana.

Nós temos dois feridos nessa altura, mas, digamos que aí no Mukusso as forças Armadas Angolanas é que foram capazes de repelir aquela actutude dos homens da Casa Militar, porque a Polícia Nacional já não conseguia, foi necessário as FAA entrarem em acção e neutralizarem aquela acção, de realçar também que, ali mesmo foi outra vez do Administrador Comunal, o Senhor Jonas Kapoyoyo, que estava exatamente a comandar no terreno todas as operações com os homens da Casa Militar, então, essa questão em que os Órgãos da Administração do Estado têm que usar elementos da Casa Militar para sabotarem e atentarem contra a vida das pessoas de outros Partidos, isso preocupámos bastante, então é daí que nós apelamos que se não existem fórmulas, uma ves que estamos num Estado Democrático e de Direito, é preciso que se respeitem as liberdades das pessoas, de um lado, do outro lado, éreciso que se preserve a Paz, porque aquilo que nós assistimos é um cláro atentado à Paz, é um claro atentado e, alhas, mas é uma espécie de um terrorismo de Estado, porque não pode, uma estrutura Militar estar a interferir nas actividades Político-Partidárias em defesa de um Partido Político concorrente, então há que separar as coisas, e estas questões todas para nós chamam atenção, não podemos ver isso de forma isolada e é poriso que eu fiz uma analogia desde o dia 14 de Abril do ano em curso no Menongue.
RA – Senhor Secretário, nós também vimos, segundo o folha oito (8), na tua caravana também fazia parte o Deputado à Assembleia Nacional, Manuel Saviemba e muitos outros, só gostaríamos de saber qual é o clima que se vive depois deste ataque dos efetivos da Casa Militar do Presidente da República contra cidadãos indefesos, sem armas, sem nada, que estavam apenas a exercer um direito Constitucional?

AS – Exato, o Deputado Saviemba também importa referir que, ele a partir do momento em que nós fomos nomeados para Secretário Provincial aqui no quando Kubango, ele também foi nomeado como Coordenador Político das Províncias do Bié e do Kuando Kubango, à Princípio, ele só Coordenava a Província do Bié, com a nossa vinda aqui, então foi lhe atribuido também a Provincia do Kuando Kubango, e é nesta condição que nós o convidamos para que fizesse parte da nossa Delegação nessa viagem de constatação nas áreas de nossa Jurisdição, na verdade ele esteve connosco exatamente viveu momentos amargos do nosso lado nesse dia 23, mas, nesse preciso momento nós tivemso que tomar algumas precauções e desdobramo-nos, o Deputado Saviemba ontem foi para o Município do Menongue para junto as autoridade Provinciais poderem entender o quê que se passa e colocar as preocupações todas que nós temos neste preciso momento.
E importa referir que, nós não vamos suspender as nossas actividades, vamos continuar com as nossas actividades, estamos neste momento no Muncípio do Calai ddesde ontem e hoje vamos ter o acto de massas aqui no Município do Calai e depois disso vamos continuar como nosso calendário, que temoa ainda mais cinco (5) pontos para passarmos e fazermos o contacto com as massas e vermos aquilo que são as nossas Estruturas, então, preferimos que oSenhor Deputado fosse ainda para Província, para poder averiguar, explicar estas questões à todos os Órgãos a nível da província e nós ficamos para continuarmos com o nosso programa.

Agora, quanto ao ambiente que se vive neste momento é exatamente um ambiente de preocupações, porque trata-se de uma caravana de um Partido Político dirigida pelo Secretário Provincial deste mesmo Partido Político, está em acções Partidárias de constatação das Suas Estruturas e contacto com as Populações, o quê que teria de anormal que pudesse colocar já de imediato a Caca Militar no encalço desta caravana do Secretário Provincial?, Porque reparem que, na troca de palavras que houve ali na Comuna do Mukussi, um dos elementos da Casa Militar disse claramente que “Nós já viemos a vos perseguir desde o Rivungo, no Rivungo não conseguimos porque a Polícia vos ajudou, chegamos na Jamba não conseguimos, mas vos apanhamos aqui no Mukusso e hoje vão ver aquilo que nós queremos fazer”.

Quer dizer, quando eles já naquela auforia toda começam a dizer coisas dessas que nos chamam alguma atenção e sobretudo o facto de nós alertarem que é exatamente uma acção de perseguição, querdizer, nós que poderiamos pensar que estávamos num País em Paz e num País Democrático, afinal de contas há esse tipo de milícias, que poderiam estar nos quarteis se calhar atraz de nós para tentarem fazer o mal à nossa caravana como já aconteceu por duas veses à menos de cinco dias, estamos a falar do dia 19 de Abril à dia 23 de Abril, então são questões que nos preocupam e é esse o ambiente, tanto no seio dos nossos militantes como no seio da População, porque por exemplo; alí na Comuna do Mukusse, é uma Comuna que faz fronteira com a Namíbia, o que separa é um rio, a Polícia da Namíbia quando ouvio os disparos de arma de fogo, também atravessou, porque ela sabia que tinham feito passar uma caravana da UNITA num dia anterior, agora a caravana da Direcção Provincial da UNITA passa e logo de seguida, no dia seguinte ouve-se disparos a partir da Comuna, o que que aconteceu?

E os efetivos da Polícia Namibiana vieram, então essas questões todas só beliscam a imagem que o País, segundo são aquelas coisas, de um lado o Governo quer dar uma imagem sobre Angola, mas do outro lado são os actos no interior do País que vêm contrariar essa imagem cor de rosa que tentam passar, para o Mundo.

E é essa situação que estamos a viver hoje, eu espero bem que haja um, que haja responsabilidade por parte desses individuos porque de bom senco não tem, mas é preciso apelar as responsabilidade para dizer que esta aqui em causa o nome do País, esta aqui em causa o nome do Presidete da República, esta aqui em causa o bem-estar de pessoas afetas ao Partido da UNITA, então importa referir isto, para dizer que já não a razões para essas situações acontecerem, é preciso que haja responsabilidades, porque quando estamos a cantar ou a tocar a Música da Paz, é sempre Paz, Paz, Paz. A Paz representa estabilidade e não esse tipo de coisas em que nós temos pessoas nessa altura feridas, que tiveram que perder muito sangue, que estão agora a sacrificar como feridos e tudo, o que não havia razões, porque um acto de massas, de qualquer Político que seja de qualquer parte do Mundo em Países democráticos não representa nenhuma ameaça para ninguém, porque se presenta-se não devia ser feita de forma aberta, se calhar devia ser de forma secreta, mas não ha nada Secreto, são atividades que estão a decorrer com o conhecimento das autoridades Provinciais, tanto a Polícia Nacional quanto o Governo Provincial, são actividades que estão a decorrer no normal funcionamento do nosso Partido Político, isso na perspectiva organizacional, na perspectiva de Mobilização, na Perpectiva de outros elementos que achamos que devíamos acautelar para aquilo que nós pretendemos como bom funcionamento das estruturas Partidárias a nível da Província, então, como dissemos, vamos continuar o nosso trabalho.
Mas precisamos chamar atenção aos elementos todos que aqui afloramos, para que estejamos a falar de uma Paz com todos os princípios Universalmente observados e rigorosamente também exercidos na prática.

RA – Senhor Secretário nós agradecemos mais uma vez estamos no final do nosso Programa, nós gostaríamos simplesmente desejar as melhoras para os angolanos e também militantes da UNITA que foram feridos durante este ataque, é certamente uma questão que nos preocupa, certamente quando se trata de um Estado tentar abrir fogo ou disparos contra a população indefesa, certamente preocupa-nos, porque também estamos a falar da preservar da Paz, que tem se falado já à muitos anos, que conta diz certamente o que tem se dito tanto em Angola como fora de Angola.
Gostaria de deixar uma mensagem para o Povo angolano e também para o Governo, em relação a esse acto de intolerância Política que aconteceu nos dias 19m à 23 de Abril como acabou de afirmar?

AS – Exatamente, gostaria de ter o gosto de considerar isso como intolerância Política. Mas eu vou um pouco além, considero isso como Terrorismo do Estado, não se pode num País com leis a vigorarem, mesmo assim assistimos essas situações, quanto ao recdo à deixar, é exatamente na perpectiva da preservação da Paz, estamos até inclusive por coincidência no Mês em que se assinou a Paz em Angola, em 2002, e a fazermos 14 anos desta Paz, eu acho que não há um bem melhor do que essa Paz conseguida com muito sacrifício, então temos que respeitar essa Paz, preservar essa Paz, para que os angolanos definitivamente vivam em Paz.

Clique neste link abaixo para ouvir a entrevista completa: http://www.blogtalkradio.com/radioangola/2016/04/26/considero-isso-como-terrorismo-do-estado–adriano-sapiala

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