A iniciativa pertence à 3ª Divisão, Movimento de Hip Hop intervencionista de Cacuaco, zona mais a norte da capital do País. O espectáculo contará com a presenta de rappers que se solidarizam com a causa dos jovens como é o caso de MC Life, Kabanga Dikulo, Luaty Beirão e outros
Por Fernando Guelengue
Para chamar atenção à sociedade sobre a detenção e condenação de quatro jovens por processarem a religião islâmica há mais de 15 anos, dezenas de artistas vão actuar no dia 15 do corrente mês, sábado, no Bar da Música, bairro Eco Campo, em Cacuaco.
Segundo o líder do Movimento Terceira Divisão, José Gomes Hata, na qualidade de serem um movimento de intervenção social e activistas de direitos humanos, tiveram de solidarizar-se com a causa. “Decidimos organizar um espectáculo de apoio aos familiares para chamar atenção da prisão injusta dos quatro jovens angolanos”, frisou o rapper, acrescentando que está em curso a recolha de donativos para ajudar a família dos jovens, que na visão deste movimento, foram condenados de forma ilegal e já cumpriram com a metade da pena.
Cheick Hammed Hata diz ainda que desde o anúncio do evento, têm recebido um feedback positivo do público que poderá encontrar uma diversidade de músicos do País, nomeadamente Ikonoklasta, Jaime MC, Epicentro Ideológico, Jazigo, MC Life, Kabanga Dikulo, C.O, Man Seke, Negro Digno e outros.
“Nessa altura já deviam gozar da liberdade condicional, porque já cumpriram a metade da pena e têm mostrado bom comportamento na prisão. Pelo que não existem razões para mantê-los preso até agora”, declarou o activista do processo dos 15+2, sustentando que a campanha visa igualmente a liberdade condicional dos jovens que, nesta fase, estariam em suas residências a gozar o Natal ao lado da família.
José Gomes Hata esclarece também que vão continuar a pressionar o Estado Angolano para que se faça a justiça. “Parece-me ser um caso político. Nós queremos apenas a justiça, que é eles estarem fora das celas injustas”, finalizou.
O Tribunal Provincial de Luanda condenou no dia 24 de Novembro de 2017, quatro dos seis jovens acusados de organização terrorista e fidelidade ao grupo extremista Estado Islâmico. Tratam-se dos jovens Angélico da Costa, Joel Paulo, Bruno dos Santos e Lando José, todos condenados a prisão efectiva e o pagamento de 50 mil kwanzas de taxa de justiça e 20 mil de indemnização.