A Rede de João Lourenço revelada
A rede de João Lourenço é uma coleção de familiares e colaboradores próximos que alegadamente se dedicam a atividades de dissimulação de propriedade de modo a desviar fundos estatais angolanos para as suas próprias empresas privadas, bem como para o partido no poder MPLA, no financiamento da campanha da reeleição. A rede de empresas inclui algumas famosas empresas politicamente afiliadas como a Gefi S.A. (gestão e participações financeiras) que 2
há muito está implicada em contratos estatais obscuros, mas também um novo conjunto de empresas controladas pela rede que pertence a diversas indústrias como a construção, a banca, o imobiliário e aquisições militares. A PANGEA-RISK revelou previamente algumas destas alegações num relatório sobre as operações da Simportex, empresa do Ministério da Defesa, que é controlada por Lourenço, e do papel da empresa em compras de hardware militares obscuras que também envolveram empresas e indivíduos implicados no escândalo do empréstimo de Moçambique. (Ver SPECIAL FEATURE FALLOUT OVER MOZAMBIQUE DEBT SCANDAL RISKS SPILL OVER INTO ANGOLA).
A rede de Lourenço é composta por um círculo interno de membros familiares, incluindo a esposa de Lourenço, Ana Afonso Dias Lourenço, filhos, sobrinhas e sobrinhos, e irmãos e irmãs. Ana Lourenço, por exemplo, controla Orion Agência de Marketing, Publicidade e Produção SA (Orion), que auxilia no financiamento do partido MPLA e para enriquecer a própria família. Um segundo círculo de influência envolve proeminentes sócios de negócios, ministros, funcionários públicos, e os conselheiros mais confiáveis de Lourenço, como o ex-vice-presidente Manuel Vicente, que tem sido implicado em numerosos escândalos de corrupção em Angola e internacionalmente. As diferentes camadas de influência e corporações interrelacionam-se de uma forma complexa para dissimular posses e desviar fundos públicos para o benefício da rede e do MPLA.