Os jovens pertencentes ao auto-denominado “Movimento Revolucionário” anunciam para o dia 27 de Maio, uma manifestação, no “Largo 1º de Maio”, em Luanda, para “exigir justiça, fim de assassinatos no país e respeito as liberdades dos cidadãos consagradas na Constituição da República de Angola”.
Texto: Rádio Angola
Segundo os subscritores da carta endereçada ao Governo Provincial de Luanda (GPL) e ao Comando Provincial da Polícia de Luanda, dando à conhecer a realização da marcha no dia 27 de Maio, afirmam que a mesma visa ainda “exigir justiça”, apelando ao mesmo tempo o fim de “massacres e assassinatos no país”, bem como “a criação de um memorial em homenagem as vítimas do 27 de Maio de 1977”.
No documento, os activistas declaram que são jovens da sociedade civil de vários status sociais, defensores dos direitos humanos, cientes das suas responsabilidades cívicas e sociais, dispostos a contribuírem para a construção de um Estado Democrático e de Direito.
Os “revús” como também são apelidados, entendem que “há 43 anos que Angola encontra-se mergulhada num mar vermelho perdendo muito dos seus filhos”, segundo dizem, “a opressão controla o país de Cabinda ao Cunene, com vários massacres como o 27 de Maio de 1977, Sexta-feira sangrenta de 1992”.
Precisam ainda que o mesmo “regime opressor”, assassinou Nfulupinga N´Lando Victor no dia 2 de Julho de 2004, Isaias Cassule e Alves Kamulingue a 27 de Maio de 2012, Hilbert Ganga 23 de Novembro de 2013 e os fiéis da extinta seita “A Luz do Mundo”, cujo seu líder José Julino Kalupeteka encontra-se a cumprir a pena maior de 28 anos, fruto de uma condenação em Fevereiro de 2016, bem como lembram a morte do adolescente Rufino António.
“Assim consagra a constituição da República nos seus art. 30º, 31º, todo cidadão tem direito a vida e a integridade pessoal; em que a pena de morte é proibida no art. 59º da CRA, onde o art. 60º condena torturas e tratamentos degradantes, condenamos estes actos e na base da nossa constituição usaremos o art. 47º para exigir Justiça e Direito a vida”, lê-se na missiva a que a Rádio Angola teve acesso.
Entretanto, em declarações à Rádio Angola, o activista cívico Nito Alves, um dos membros subscritores da “marcha pacífica” agendada para o próximo dia 27 de Maio, que na era de José Eduardo dos Santos realizou vários protestos de rua, explica que a iniciativa que coincide com a celebração dos 41 anos da “chacina de milhares de angolanos em 1977”, pretende também “cobrar das autoridades a construção de um monumento em homenagem as vítimas civis executadas pelas forças de segurança do anterior Governo na sequência da reivindicação pública dos seus direitos”.
Oiça aqui na página da Rádio Angola, as declarações do activista Nito Alves: