O jovem activista Manuel Chivonde Nito Alves, um dos promotores da marcha em que se exigia a libertação dos sete manifestantes detidos desde o dia 17 de Abril, programada para o dia 20 do mês em curso, contou à Rádio Angola que agentes da Polícia Nacional agrediram alguns participantes.
Fonte: Radio Angola
A comandar as acções de repressão pela polícia estavam os comandantes Frank e Quiala, conhecidos por espancarem indiscriminadamente manifestantes, segundo Nito Alves. Dada a gravidade dos golpes levados na cabeça, Celson de Castro teve de ser hospitalizado durante algumas horas.
Outros participantes foram levados para esquadras de Cacuaco, município em que decorreu a marcha, entretanto colocados em liberdades 24 horas depois, isto na sequência de pressão junto do comando geral e provincial da Polícia Nacional. Nito Alves avança que os protestos a exigir a libertação dos sete activistas condenados há 45 dias de prisão continuarão, acrescentando que “Angola é um Estado ditatorial”.
Questionado se a polícia apresentou alguma justificação para impedir a marcha, o jovem respondeu: “Não existe governo em Angola. O que existe é um grupo de bandidos, delinquentes que detêm o poder. Não houve alguma explicação por parte dos bandidos que detêm o poder político”.
Quanto à campanha de recolha de valores monetários para pagar a caução exigida para a libertação dos sete activistas – 75 mil Kwanzas cada – , Nito Alves apelou ao apoio de entidades e individualidades local e internacionais para ajudarem a juntar o dinheiro. A conta bancária para depósito de qualquer valor se encontra na página do Facebook da senhora Ermelinda Freitas.
Vários activistas do célebre «Processo 15+Duas» foram notificados a comparecer no Serviço de Investigação Criminal (SIC). Nito Alves recebeu a notificação na semana passada, estranhamente com data de comparência marcada para domingo (dia 21 de Maio). Sem saber a razão, o jovem disse estar “sereno e tranquilo porque não cometi nenhum crime”.
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